terça-feira, novembro 14, 2006

Moradores de bairros lisboetas exigem abertura de novo centro

Em declarações à Lusa, Eduardo Gaspar, presidente da Associação Tempo de Mudar, do bairro dos Lóios, disse que a abertura do equipamento naquele bairro irá beneficiar 16 mil pessoas, que utilizam actualmente o centro de saúde de Marvila, situado no extremo da freguesia, num local de "difícil acesso e sem transportes públicos".

O centro de saúde de Marvila tem cerca de 40 mil utentes, muitos dos quais não têm médico de família, adiantou Eduardo Gaspar. Uma fonte do gabinete do vereador da Acção Social da Câmara de Lisboa, Sérgio Lipari Pinto, disse à Lusa que a obra, suportada quase na totalidade pela autarquia, "está concluída".

A mesma fonte explicou que o equipamento espera o parecer da Administração Regional de Saúde (ARS) para entrar em funcionamento.

O gabinete de Lipari Pinto adiantou que a Câmara de Lisboa suportou os custos da obra, à excepção dos projectos de especialidade, da responsabilidade da ARS.

Contactada pela Lusa, a coordenadora da sub-região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Manuela Peleteiro, afirmou que a ARS está a avaliar se o local irá albergar a extensão do centro de saúde de Marvila ou outro serviço de saúde para servir a população daquela zona.

A autarquia enviou um ofício à ARS no passado dia 15 de Setembro a pedir uma reunião com "carácter de urgência" à presidente para obter esclarecimentos sobre esta situação, mas ainda não obteve qualquer resposta a esta solicitação, adiantou a fonte do gabinete da Acção Social.

O presidente da Associação Tempo de Mudar contou à Lusa que enviou há vários meses um ofício ao Governo a pedir esclarecimentos sobre a abertura da extensão do centro de saúde.

"Há cerca de um mês, recebemos a informação do Governo de que tinha enviado o ofício para a Administração Regional de Saúde", disse Eduardo Gaspar, que questionou a ARS sobre esta situação. O responsável diz que recebeu "com espanto" a resposta da ARS, na qual o organismo afirmava, segundo disse, estar a negociar com a autarquia lisboeta a "finalidade" a dar ao edifício.

"A Administração Regional de Saúde não pode sequer equacionar outra finalidade para aquele edifício que não seja o centro de saúde, que faz muita falta à população", sublinhou o presidente da associação. Eduardo Gaspar lembrou que o edifício já foi construído há dois anos para albergar o centro de saúde e que já começa a degradar-se. Perante esta situação, Eduardo Gaspar avançou que a associação vai mobilizar as populações dos Lóios, Flamenga e Armador para exigir a abertura do centro.