sábado, novembro 11, 2006

Fundação D. Pedro IV publicamente reprovada

Conhecidos os actos de "terrorismo social" praticados pela Fundação D. Pedro IV e as suspeitas de gestão ilícita sobre a mesma instituição, reunimos algumas opiniões publicadas sobre a referida Fundação de pessoas com responsabilidades públicas.

O resultado é claramente de reprovação à Fundação D. Pedro IV...

Os comentários:

Na verdade, o primeiro acto de gestão desta fundação, que sublinho, se reclama de ser uma instituição de solidariedade social, foi o facto de contactar os seus moradores para lhes anunciar aumentos significativos de renda mensal que pagavam enquanto Inquilinos do IGAPHE”.

MIGUEL COELHO, deputado municipal do Partido Socialista, jornal “Público”, 7-1-2006

"É intolerável que esta situação suceda porque estas pessoas têm desde o início o compromisso de uma entidade pública de pagar uma renda durante 25 anos e ao fim desses anos a casa ser sua”.

GARCIA PEREIRA, referindo-se aos acordos assumidos pelo Estado Português, em 1974, com os moradores do Bairro das Amendoeiras e à recusa da Fundação D. Pedro IV em alienar as casas, “RTP On-line", 12-1-2006

Sou sempre a favor das rendas justas, o mais grave deste caso é que o aumento das rendas é completamente ilegal”.

FRANCISCO LOUÇA, deputado do Bloco de Esquerda, “RTP On-line", 15-1-2006

A AIL considera incorrecta e desajustada a actuação da Fundação D. Pedro IV, quer porque não justificou os aumentos, quer porque não se disponibilizou para o diálogo”.

Associação de Inquilinos Lisbonenses, comunicado de 20-1-2006

A tal Fundação D. Pedro IV não gastou um único cêntimo nas indispensáveis obras de recuperação dos Bairros. O que a tal Fundação fez foi instalar-se no Bairro das Amendoeiras, num bunker de janelas gradeadas e câmaras de videovigilância, em atitude provocatória, reveladora, aliás, de má consciência, e informar os moradores de que passariam a estar sujeitos ao regime de renda apoiada, o que representa, para cada família, um aumento de renda que pode variar entre os 2000% e os 4000%, sendo que muitas delas não estão pura e simplesmente em condições de o poder pagar”.

ANTÓNIO FILIPE, deputado do PCP, Assembleia da República, 15-2-2006

"Pude mesmo verificar, no local, que a Fundação considerou em óptimo estado, para efeitos de aplicação de rendas máximas, casas que se apresentam em condições deploráveis de habitabilidade. Mas fez pior: confrontada com o natural protesto das populações, que viram os seus direitos, adquiridos há muitos anos, serem completamente espezinhados e se organizaram em associações para fazer valer esses direitos pelos meios legais ao seu alcance, a tal Fundação não tem hesitado em recorrer a actos de intimidação e a ameaças sobre as pessoas, os quais se aproximam do puro banditismo".

Idem

(..) “ Impressionante é a entrega da gestão dessas propriedades pelo IGAPHE, num concurso necessariamente contestado — A Voz do Operário, por exemplo, contestou-o —,à Fundação D. Pedro IV, que aparece do éter, que não tem nenhuma competência na gestão de património com estas características e que vê ser reconhecido o seu direito neste concurso, apesar de não ter qualquer capacidade ou representatividade deste ponto de vista, vale a pena perguntarmo-nos hoje como é que aparece esta Fundação, como é que ela ganha este concurso."

FRANCISCO LOUÇA, deputado do Bloco de Esquerda, Assembleia da República, 15-2-2006

Temos conhecimento de que houve uma idosa que morreu quando lhe disseram que ia passar a pagar 200 euros de renda quando pagava apenas cinco euros”.

ROMÃO LAVADINHO, presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses, referindo-se à gestão da Fundação D. Pedro IV, “Jornal do Avante”, Junho de 2006

A Dom Pedro IV não se tem comportado como uma instituição particular de solidariedade social".

MARIA JOSÉ NOGUEIRA PINTO, vereadora da Habitação Social da Câmara Municipal de Lisboa, “RTP On-line" 20-6-2006

Acho que a solução do problema dos dois bairros passa pela revogação da doação à fundação. Devíamos ir à matriz desta história, que é uma doação mal feita, a uma fundação que não tinha condições para receber este património”.

HELENA ROSETA, Bastonária da Ordem dos Arquitectos, “Jornal de Notícias”, 10-7-2006

Nem sei como é que uma fundação, que se diz de carácter social, consegue fazer o que está a fazer, ou seja, terrorismo social”.

BELARMINO SILVA, presidente da Junta de Freguesia de Marvila, “Jornal de Notícias”, 25-10-2006