O resultado é claramente de reprovação à Fundação D. Pedro IV...
Os comentários:
“Na verdade, o primeiro acto de gestão desta fundação, que sublinho, se reclama de ser uma instituição de solidariedade social, foi o facto de contactar os seus moradores para lhes anunciar aumentos significativos de renda mensal que pagavam enquanto Inquilinos do IGAPHE”.
MIGUEL COELHO, deputado municipal do Partido Socialista, jornal “Público”, 7-1-2006
"É intolerável que esta situação suceda porque estas pessoas têm desde o início o compromisso de uma entidade pública de pagar uma renda durante 25 anos e ao fim desses anos a casa ser sua”.
GARCIA PEREIRA, referindo-se aos acordos assumidos pelo Estado Português, em 1974, com os moradores do Bairro das Amendoeiras e à recusa da Fundação D. Pedro IV em alienar as casas, “RTP On-line", 12-1-2006
“Sou sempre a favor das rendas justas, o mais grave deste caso é que o aumento das rendas é completamente ilegal”.
FRANCISCO LOUÇA, deputado do Bloco de Esquerda, “RTP On-line", 15-1-2006
“A AIL considera incorrecta e desajustada a actuação da Fundação D. Pedro IV, quer porque não justificou os aumentos, quer porque não se disponibilizou para o diálogo”.
Associação de Inquilinos Lisbonenses, comunicado de 20-1-2006“A tal Fundação D. Pedro IV não gastou um único cêntimo nas indispensáveis obras de recuperação dos Bairros. O que a tal Fundação fez foi instalar-se no Bairro das Amendoeiras, num bunker de janelas gradeadas e câmaras de videovigilância, em atitude provocatória, reveladora, aliás, de má consciência, e informar os moradores de que passariam a estar sujeitos ao regime de renda apoiada, o que representa, para cada família, um aumento de renda que pode variar entre os 2000% e os 4000%, sendo que muitas delas não estão pura e simplesmente em condições de o poder pagar”.
ANTÓNIO FILIPE, deputado do PCP, Assembleia da República, 15-2-2006
"Pude mesmo verificar, no local, que a Fundação considerou em óptimo estado, para efeitos de aplicação de rendas máximas, casas que se apresentam em condições deploráveis de habitabilidade. Mas fez pior: confrontada com o natural protesto das populações, que viram os seus direitos, adquiridos há muitos anos, serem completamente espezinhados e se organizaram em associações para fazer valer esses direitos pelos meios legais ao seu alcance, a tal Fundação não tem hesitado em recorrer a actos de intimidação e a ameaças sobre as pessoas, os quais se aproximam do puro banditismo".
Idem
(..) “ Impressionante é a entrega da gestão dessas propriedades pelo IGAPHE, num concurso necessariamente contestado — A Voz do Operário, por exemplo, contestou-o —,à Fundação D. Pedro IV, que aparece do éter, que não tem nenhuma competência na gestão de património com estas características e que vê ser reconhecido o seu direito neste concurso, apesar de não ter qualquer capacidade ou representatividade deste ponto de vista, vale a pena perguntarmo-nos hoje como é que aparece esta Fundação, como é que ela ganha este concurso."
FRANCISCO LOUÇA, deputado do Bloco de Esquerda, Assembleia da República, 15-2-2006
“Temos conhecimento de que houve uma idosa que morreu quando lhe disseram que ia passar a pagar 200 euros de renda quando pagava apenas cinco euros”.
ROMÃO LAVADINHO, presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses, referindo-se à gestão da Fundação D. Pedro IV, “Jornal do Avante”, Junho de 2006
“A Dom Pedro IV não se tem comportado como uma instituição particular de solidariedade social".
MARIA JOSÉ NOGUEIRA PINTO, vereadora da Habitação Social da Câmara Municipal de Lisboa, “RTP On-line" 20-6-2006
“Acho que a solução do problema dos dois bairros passa pela revogação da doação à fundação. Devíamos ir à matriz desta história, que é uma doação mal feita, a uma fundação que não tinha condições para receber este património”.
HELENA ROSETA, Bastonária da Ordem dos Arquitectos, “Jornal de Notícias”, 10-7-2006
“Nem sei como é que uma fundação, que se diz de carácter social, consegue fazer o que está a fazer, ou seja, terrorismo social”.
BELARMINO SILVA, presidente da Junta de Freguesia de Marvila, “Jornal de Notícias”, 25-10-2006