O cadeado foi colocado pela empresa que gere o condomínio, a Singular, e fonte da mesma garante que aguarda a recepção de três orçamentos - durante a próxima semana - para, imediatamente, colocar uma fechadura e dar chaves aos moradores. Estes, por seu lado, ameaçam rebentar a corrente se nada for feito para repor a situação. Segundo disse ao JN Carlos Magalhães, da Singular, a porta foi fechada com o cadeado, depois da limpeza feita ao corredor que dá acesso às arrecadações, exigida pela Câmara de Lisboa.
"A porta que lá está foi colocada por nós, para evitar assaltos e que toxicodependentes e sem-abrigo dormissem junto às arrecadações", explicou ao JN Manuel Lemos, um dos moradores. "Foi um vizinho quem encontrou a porta fechada. Perguntou se alguém sabia de alguma coisa, mas ninguém sabia de nada. Até que outro explicou que tinha visto alguém pôr a corrente".
Manuel Lemos contactou a Singular, depois de saber que a Fundação D. Pedro IV, proprietária do imóvel, nada tinha a ver com o assunto. "Tentei falar com o Carlos Magalhães. Não estava e pedi para cá vir ou mandar entregar uma chave à vizinha, que está sempre em casa. Não respondeu e já voltei a telefonar. Foi então que um vizinho conseguiu falar com ele, que lhe disse que estava à espera de orçamentos", recordou Manuel Lemos.
Até agora, aquele morador não foi afectado pelo facto de não poder ir à cave. O mesmo não acontece com o vizinho Jorge Reis. Tal como Manuel Lemos, a única coisa que quer é usar a arrecadação. "Em Setembro, dei com a porta trancada. Como precisava do que lá tinha, tive de violar uma porta de trás para entrar", conta. E adianta que o espaço era usado por sem-abrigo e toxicodependentes, que arrombaram a porta instalada pelos moradores.