sexta-feira, junho 09, 2006

Senhorio admite prolongar período de transição de rendas

A Fundação D. Pedro IV está disposta a negociar com os moradores dos bairros dos Lóios e das Amendoreiras, Lisboa, um novo período de transição do valor das novas rendas assim como o faseamento das rendas em atraso (pagamento em prestações), confirmou ao DN Vasco Canto Moniz, presidente daquela instituição. Uma cedência que para Eduardo Gaspar, da Associação Tempo de Mudar e morador dos Lóios, "a Fundação já deu provas que não é de confiança", por isso "os moradores preferiam ter outro senhorio". Depois de terem entregue uma providência cautelar no Tribunal Administrativo de Lisboa, em Janeiro, os moradores dos Lóios e das Amendoeiras aguardam agora uma decisão favorável, garantindo que não deixaram de pagar as rendas, estão é a "pagar o valor das rendas antigas", diz o Eduardo Gaspar. Os aumentos em causa visam cerca de 900 famílias que vivem no bairro das Amendoeiras e mais de 400 que residem nos Lóios. Para estes últimos o que está em causa não é a Lei da Renda Apoiada mas sim a forma como ela está a ser aplicada. "Defendemos em primeiro lugar uma reabilitação profunda de algumas casas e só depois os aumentos", defende o morador. Por seu lado, Vasco Canto Moniz garante que já entregou na autarquia de Lisboa um pedido de autorização para efectuar obras nos 1400 fogos de que é proprietária, mas, "o documento está bloqueado no gabinete da vereadora Nogueira Pinto". O presidente daquela instituição frisa ainda que se o tribunal decidir a favor da fundação todos os moradores vão ter de pagar as rendas em atraso desde Janeiro deste ano: "A lei é para se cumprir. Estamos disposta a , juntamente com os moradores, redefinir a aplicação da nova lei". O responsável pela Fundação D. Pedro IV conta que "há situações escandalosas nestes bairros. Temos pessoas com rendimentos acima dos 12 mil euros por mês a pagarem 10 euros de renda. Actualizámos muitas rendas mas descemos cerca de uma centena delas, que não estavam actualizadas e as pessoas pagavam mais do que podiam."
In Diário de Notícias, de Susana Leitão