sábado, junho 03, 2006

10 perguntas, 10 respostas

Este "post" devia ter o nome de "Pergunte que eu respondo". Mas para que os nossos leitores percebam que o texto não se trata de uma sátira ou de um plágio qualquer de um programa de televisão/rádio, é bom deixar o título como está. Vamos então ao que interessa. 1. O que é que se passa com as rendas nos Lóios? O que se passa é que desde finais de Novembro chegaram umas cartas às casas dos arrendatários, dizendo que deveriam pagar rendas com valores de aumento superiores a 10000%, relativamente às pagas nos últimos 20/15 anos. 2. E porque é que isso aconteceu? Aconteceu porque a FUNDAÇÃO D. PEDRO IV é a nova proprietária dos prédios do Igaphe situados nos Lóios e resolveu que devia actualizar as rendas, uma vez que a antiga entidade proprietária [IGAPHE] não o fazia há mais de 15/20 anos. 3. Mas actualizar a renda não é justo? Claro que sim. Todos os arrendatários acham que as rendas devem ser actualizadas, porém ajustadas às posses de cada inquilino, prevendo os gastos de cada agregado familiar, enquadradas ao tipo de habitação e de prédio na qual se inserem, requalificando os espaços interiores e os exteriores, com tectos de aumento nunca inferiores a 5 anos. 4. E isso não foi respeitado? Não. Na realidade os arrendatários receberam nas suas casas umas cartas com valores exorbitantes de renda, sem qualquer tipo de explicação. Anteriormente tinham estado nas casas um grupo de alunos de liceu ou de faculdade para avaliarem o estado de conservação de cada fogo. Esses jovens levaram consigo uns inquéritos previamente assinalados com cruzes colocadas a computador, e apontaram alguns elementos relevantes para o cálculo das rendas. Em Novembro, quando confrontados com este aumento abrupto e sem explicação, os moradores dirigiram-se à Fundação, pedindo esclarecimentos, mas a resposta foi sempre vaga e pouco fundamentada. Desesperados, os arrendatários ainda tentaram apelar à compaixão dos funcionários da Fundação... tudo em vão, pois as rendas continuaram exorbitantes e sem qualquer explicação para o facto. 5. Qual é um valor médio de renda exigido pela Fundação? Varia muito. Na Rua Adães Bermudes há pessoas com rendas a atingir os 300 euros. Nos prédios cor-de-rosa e no lote 232 o caso é ainda mais grave, atingindo rendas na ordem dos 400 e 450 euros. 6. Mas então essas casas são óptimas!!! Nada disso. Para além de todos os problemas de insalubridade e de insegurança, lembre-se que são casas com 30 anos e que o ESTADO PORTUGUÊS nunca cumpriu com os seus deveres, deixando os prédios atingirem a degradação que se vê de fora.
7. Já agora, como é que a Fundação conseguiu ficar com essas casas? Comprou a quem?
A Fundação tem um presidente chamado CANTO MONIZ que já fez parte do Igaphe. Num concurso para ficar com este património TOTALMENTE DE GRAÇA concorreram 5 instituições, tendo sido "finalistas" 2 e conluindo com a infeliz vitória da Fundação. Tudo isto ocorreu no mais infeliz Governo de Santana Lopes.
8. E o que é essa Fundação? É uma instituição, é uma organização?
A Fundação é uma Instituição Particular de Solidariedade Social.
9. Então no fim o que é que a população dos Lóios pede?
Pedimos a justiça que não se fez sentir neste lugar esquecido chamado Chelas. Queremos que o Estado entenda que uma instituição particular DITA DE SOLIDARIEDADE SOCIAL não pode agir desta forma, como se se tratasse de cuidar de cães metidos em canis há 30 anos. Exigimos que isto saia das suas mãos e que nos devolvam a dignidade de termos direito à habitação condigna, um dos direitos da Constituição e que nos está a ser roubado. Solicitamos que investiguem bem o que se passa com esta Fundação. Apelamos a que releiam o decreto de lei 166/93 e que corrijam as lacunas nele presentes.
10. E para concluir...
Para concluir nada como um dos gritos de poder dos Lóios e das Amendoeiras, na luta contra este regime de arrendamento:
CHELAS UNIDA JAMAIS SERÁ VENCIDA!