José Lima, morador no 2.º andar frente, foi quem localizou o homem caído no fosso do elevador. "Ele gritava baixinho, "Ó mãe, tira-me daqui'", contou, ao JN, garantindo que os bombeiros foram "rapidíssimos" a chegar ao local e que tiveram todos os cuidados ao retirar o homem do fosso. Fizeram-no com a ajuda de uma escada e colocando- -lhe talas no corpo. Ao que o JN apurou, a vítima foi observada no serviço de Neurocirurgia do hospital e ficou internada por ter sofrido fracturas nas pernas e nos braços.
Entre os moradores, o sentimento era de revolta e indignação. E não tinham dúvidas em apontar o dedo à Fundação D. Pedro IV, entidade a quem o Estado entregou a responsabilidade da gestão daquele património, que é contestada pelos moradores.
"A grande questão aqui é que a Fundação sabe o que é que se passa com os elevadores. A Otis (empresa responsável pela manutenção) passa a vida aqui por causa das avarias", denunciou António Lemos, explicando que um dos elevadores está parado há vários anos e já foi até selado pela Câmara de Lisboa. O prédio tem 12 andares e 103 apartamentos e as cerca de 400 pessoas que lá vivem ficaram ontem sem nenhum elevador. No local estiveram técnicos da Otis que, acompanhados pela PSP, garantiram ter trancado todas as portas, mas recusaram-se prestar esclarecimentos. Ao JN, Vasco do Canto Moniz, presidente da Fundação, admitiu que a situação dos elevadores é "preocupante" e que "é evidente que a responsabilidade é da empresa que faz a manutenção". Contudo, disse que o "atraso nos pagamentos por parte dos proprietários" condiciona a realização de "obras de fundo". Gina Pereira