domingo, outubro 22, 2006

Porta fechada com cadeado revolta moradores

Os moradores do lote 232 do bairro dos Lóios, em Chelas, Lisboa, estão revoltados por não poder aceder ao corredor que lhes permite entrar nas suas arrecadações. Motivo a porta de acesso foi fechada a cadeado, do qual nenhum habitante tem a chave.

O cadeado foi colocado pela empresa que gere o condomínio, a Singular, e fonte da mesma garante que aguarda a recepção de três orçamentos - durante a próxima semana - para, imediatamente, colocar uma fechadura e dar chaves aos moradores. Estes, por seu lado, ameaçam rebentar a corrente se nada for feito para repor a situação. Segundo disse ao JN Carlos Magalhães, da Singular, a porta foi fechada com o cadeado, depois da limpeza feita ao corredor que dá acesso às arrecadações, exigida pela Câmara de Lisboa.

"A porta que lá está foi colocada por nós, para evitar assaltos e que toxicodependentes e sem-abrigo dormissem junto às arrecadações", explicou ao JN Manuel Lemos, um dos moradores. "Foi um vizinho quem encontrou a porta fechada. Perguntou se alguém sabia de alguma coisa, mas ninguém sabia de nada. Até que outro explicou que tinha visto alguém pôr a corrente".

Manuel Lemos contactou a Singular, depois de saber que a Fundação D. Pedro IV, proprietária do imóvel, nada tinha a ver com o assunto. "Tentei falar com o Carlos Magalhães. Não estava e pedi para cá vir ou mandar entregar uma chave à vizinha, que está sempre em casa. Não respondeu e já voltei a telefonar. Foi então que um vizinho conseguiu falar com ele, que lhe disse que estava à espera de orçamentos", recordou Manuel Lemos.

Até agora, aquele morador não foi afectado pelo facto de não poder ir à cave. O mesmo não acontece com o vizinho Jorge Reis. Tal como Manuel Lemos, a única coisa que quer é usar a arrecadação. "Em Setembro, dei com a porta trancada. Como precisava do que lá tinha, tive de violar uma porta de trás para entrar", conta. E adianta que o espaço era usado por sem-abrigo e toxicodependentes, que arrombaram a porta instalada pelos moradores.

In "Jornal de Notícias", 20 de Outubro de 2006